sexta-feira, 6 de junho de 2014

PRODUÇÃO INTERATIVA- 1º H – NOTURNO

ATIVIDADE DE LEITURA, INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO TEXTUAL
O dono da bola
O nosso time estava cheio de amigos. O que nós não tínhamos era a bola de futebol. Só bola de meia, mas não é a mesma coisa.
Bom mesmo é bola de couro, como a do Caloca.
Mas, toda vez que nós íamos jogar com Caloca, acontecia a mesma coisa. E era só o juiz marcar qualquer falta do Caloca que ele gritava logo:
– Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!
– Ah, Caloca, não vá embora, tenha espírito esportivo, jogo é jogo...
– Espírito esportivo, nada! – berrava Caloca. – E não me chame de Caloca, meu nome é Carlos Alberto!
E assim, Carlos Alberto acabava com tudo que era jogo.
A coisa começou a complicar mesmo, quando resolvemos entrar no campeonato do nosso bairro. Nós precisávamos treinar com bola de verdade para não estranhar na hora do jogo.
Mas os treinos nunca chegavam ao fim. Carlos Alberto estava sempre procurando encrenca:
– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!
– Se eu não for o capitão do time, vou embora!
– Se o treino for muito cedo, eu não trago a bola!
E quando não se fazia o que ele queria, já sabe, levava a bola embora e adeus, treino.
Catapimba, que era o secretário do clube, resolveu fazer uma reunião:
– Esta reunião é para resolver o caso do Carlos Alberto. Cada vez que ele se zanga, carrega a bola e acaba com o treino.
Carlos Alberto pulou, vermelhinho de raiva:
– A bola é minha, eu carrego quantas vezes eu quiser!
– Pois é isso mesmo! – disse o Beto, zangado. – É por isso que nós não vamos ganhar campeonato nenhum!
– Pois, azar de vocês, eu não jogo mais nessa droga de time, que nem bola tem.
 E Caloca saiu pisando duro, com a bola debaixo do braço.
Aí, Carlos Alberto resolveu jogar bola sozinho. Nós passávamos pela casa dele e víamos. Ele batia bola com a parede. Acho que a parede era o único amigo que ele tinha. Mas eu acho que jogar com a parede não deve ser muito divertido.
Porque, depois de três dias, o Carlos Alberto não aguentou mais. Apareceu lá no campinho.
– Se vocês me deixarem jogar, eu empresto a minha bola.
Carlos Alberto estava outro. Jogava direitinho e não criava caso com ninguém.
E, quando nós ganhamos o jogo final do campeonato, todo mundo se abraçou gritando:
– Viva o Estrela-d’Alva Futebol Clube!
– Viva!       
– Viva o Catapimba!
– Viva!
– Viva o Carlos Alberto!
– Viva!
Então o Carlos Alberto gritou:
– Ei, pessoal, não me chamem de Carlos Alberto! Podem me chamar de Caloca!Ruth Rocha
RESPONDA:
1) Quem é o protagonista, isto é, o personagem principal da história?
2) Quem narra a história participa dela ou não?
3) Carlos Alberto costumava fazer chantagem e impor condições para emprestar sua bola de couro. Comprove a afirmação com uma frase retirada do texto.
4) Qual era a finalidade da reunião que Catapimba, o secretário do time, resolveu fazer?
5) Qual era o nome do time?
6) Ao final, o time saiu campeão. Se Carlos Alberto tivesse continuado com o mesmo comportamento de antes,o time sairia vitorioso? Justifique.
7) Relacione as ações às reações dos personagens:
(1)  O juiz marca falta.
(2)  Catapimba fez uma reunião para resolver o problema.
(3)  Caloca se arrepende e pede para voltar ao time.
(4)  O time conquista a vitória no campeonato.

(     ) Caloca retira-se do time, isolando-se dos colegas.
(     ) Todos se abraçam e gritam “viva”.
(     ) Caloca grita: “Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!”
(     ) Os colegas recebem Caloca de volta ao time.

8) Carlos Alberto apresenta características diferentes no decorrer dos três momentos da narrativa. Faça a devida associação:
(1)   1° momento(2)   2° momento(3)   3° momento
(     ) solitário(     ) briguento(     ) cooperativo(     ) egoísta(     ) zangado(     ) arrependido(     ) chantagista(     ) amigável(     ) encrenqueiro


Dicionário Futebolístico




Amarelar: ficar com medo diante do adversário e, consequentemente, jogar mal.
Arranca toco: jogador de pouca habilidade
Arqueiro: goleiro
Artilheiro: jogador que faz o maior número de gols (do campeonato, da equipe...)
Balão: lance de habilidade em que o jogador lança a bola em curva sobre o adversário evolta a dominá-la adiante no chão.
Bico: chute dado com a ponta do pé
Bicuda: chute dado com muita força.
Caneco: troféu, taça
Canelada: quando a bola é impulsionada com a canela
Filó: a rede
Frangueiro: goleiro que toma muitos frangos( perde a bola).
Pipocar: quando um jogador evita confrontos com o adversário para não se machucar.

2- Produção de Texto

Crie um texto com o tema futebol. Seu texto deve ter 25 linhas, apresentando a estrutura: introdução,.
desenvolvimento,  conclusão. Use termos futebolísticos variados. Seja criativo.
LITERATURA- 3º ANO  -  NOTURNO
ATIVIDADE  EXTRA – 2º BIMESTRE - 2014

Leia o poema que segue e responda:

  brasil__


O Zé Pereira chegou de caravela

E preguntou pro guarani de mata virgem

-Sois cristão?

-Não, Sou bravo, sou forte sou filho da morte

Tetetê tetê Quizá Quizá Quecê!

Lá de longe a onça resmungava Uu! Ua! uu!

O negro zonzo saído da fornalha

Tomou a palavra e respondeu

-Sim pela graça de Deus

Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!

E fizeram o carnaval.

 Oswald de Andrade 

Responda com base no texto lido:
          1- O autor do poema lido pertence a qual geração Modernista?
          2- Intitulado “brasil”, o poema se propõe a descrever o país pela perspectiva histórica, étnica e cultural
A) Considerando o contexto em que foi publicado o poema, levante hipóteses: por que o título é apresentado em letra minúscula, mesmo tratando-se de um nome próprio?
B) O poema faz referência a três raças.Qual é a raça representada por Zé Pereira?
C) Qual é a importância dessas três raças do ponto de vista histórico e étnico?

          3. Analise o texto quanto a expressão da linguagem:
A) Que variedade linguística foi empregada nesse verso: culta ou popular?
B) Que relação tem esse emprego com o projeto modernista?

          4. Faz parte dos textos modernistas em geral, mas sobretudo da obra de Oswald de Andrade, o uso da ironia e da piada. Identifique no texto a presença desses elementos.